Há vezes em que tenho a nítida impressão de que a profusão tecnológica vai acabar com o culto ao talento. Reconheço o exagero, mas o fato é que, hoje, não se grava mais um álbum com a sonoridade, a riqueza e a fartura de instrumentos de antigamente. Hoje postaremos um disco que deixa essa sensação muito mais que evidente.
Completando "bodas de ouro", "Se Acaso Você Chegasse", o grandioso álbum de lançamento da maravilhosa Elza Soares, lançado em 1960, é um dos trabalhos que não se deve deixar de ouvir e, se possível, admirar. O CD bate no ouvido como algo atual, principalmente pelo fato de haver nele canções como "Se Acaso você Chegasse", que lhe dá o nome, e "Mulata Assanhada". Ambas as músicas são de conhecimento do grande público e (quase) todo mundo sabe cantá-las.
Mas se não souber cantar não tem problema, porque decorar letra não é o caso. O negócio é sentir a vibração da magnífica voz da mulher que balançou o coração do saudoso craque das pernas tortas, Garrincha.
Nas canções, arranjos fabulosos, letras muito bem escritas e interpretação incrível, sem as já conhecidas presepadas vocais que Elza Soares tem o hábito de fazer. É samba profissional com cara de Big Band, já que o naipe de metais não deixa ninguém parado. Esse é um daqueles discos que se ouve de pé, pois não dá pra ficar só ouvindo, mesmo quando Elza pisa no freio.
É algo que se ouve pulando, andando, correndo, mas sempre dançando.
É tão dançante e envolvente que fica difícil achar algo que se destaque, já que destaque, nesse caso, é o álbum. Mas vamos tentar.
"Samba em Copa", "Cartão de Visita" e "Contas" são algumas que, particularmente, são ótimas pra dançar e pra rir, ou chorar (vai saber). Mas o melhor é que todas, eu disse todas, são ótimas.
Tracklist:
Está aí um dos mais coerentes álbuns que já escutei.
Espero que aproveitem bastante esse "novo" disco
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Maravilha!
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