domingo, 29 de agosto de 2010

TOK TOK TOK... Pode entrar!


Não há nada que o tempo não ensine. Pois eu tenho aprendido a não subestimar alguns discos pelo que vejo na capa e pelo lugar de destaque em grandes lojas do ramo.
A bendita surpresa de agora atende pelo convidativo nome de TOK TOK TOK, dupla formada pelo saxofonista e violonista alemão Morten Klein e pela cantora e letrista Tokunbo Akinro, filha de um nigeriano com uma alemã.

De miscigenação a gente aqui no Brasil até que entende direitinho. E talvez por isso, seja tão natural que a mistura tenha saído melhor do que a encomenda.

Com seu álbum "She and He", lançado em 2008, a dupla conseguiu colocar o jazz e a soul music americanos em seu devido lugar: no topo. Isso tudo com carinha de coisa feita nos dias de hoje.
As canções servem a qualquer tipo de público. De velhinhos de charutos e uísquinho nas maõs, a jovens descolados a fim de curtir o que a vida lhes reserva, passando pelos amantes do pop mais rasgado.

A belíssima, delicada e inebriante voz de Tokunbo e os sofisticadíssimos arranjos de Klein, nos transportam até a década de 50. O difícil é saber se a década é do século XX ou do século XXI.

Damos destaque às versáteis canções "The Daydream", "The Love We Share", "Crash and Crush" e "Vertigo".


Tracklist:

01. Although He Hurts Me
02. The Daydream
03. The Love We Share
04. Longing Fro Brad
05. Lewis & Ruth
06. As We Are
07. The Game Is Over
08. Coração
09. Crash Crush
10. Living Hell
11. Our Little Song
12. She And He
13. Vertigo
14. Harmless in the Beginning



Verdade seja dita: O álbum nos deixa com aquela vontadezinha de ouvir a faixa seguinte, só pra ver onde aquilo pode chegar. Dá vontade de entrar.

Esperamos que gostem, também, desse belíssimo CD.

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Uma mensagem forte e um pop com temperos de blues, o Ben Harper deixa sua carreira solo e monta a Rentless 7.

Ben Harper é um artista do pop mundial, mas com fortes influências do blues, soul, folk e R&B. Ben começou a tocar guitarra ainda muito jovem, pois sua família possuía uma loja de instrumentos musicais, chamada; “The Folk Music Center and Museum”, fica em Claremount, a cerca de uma hora da cidade de Los Angeles. Harper achou que onde vivia não seria suficiente para abrigar seu talento e com a idade de 22 anos partiu para a cidade.

Dois anos após sua mudança para a cidade grande, Harper conseguiu assinar contrato com a gravadora Virgin Records e o seu primeiro álbum, Welcome To The Cruel World, foi muito bem recebido pela critica. Ben possui 13 álbuns lançados ao longo de sua carreira, mas nós, O Bom Disco, pegamos a ponta do iceberg desvendando seu último cd.

Harper conheceu Jason Mozersky no final dos anos 90 quando Jason, que nos tempos vagos de seu trabalho como motorista tocava guitarra, lhe entregou uma demo de sua banda. Jason e Harper desenvolveram certa amizade, até que em 2005, Harper convidou seu amigo guitarrista para participar de uma faixa de seu cd, que por sua vez, aceitou o convite e foi ao estúdio com outros motoristas, ops! Queremos dizer, Músicos: Jesse Ingalls (Baixista) e Jordan Richardson (Baterista). A gravação deu tão certo que Ben repensou a trajetória de sua carreira e de artista solo para passar a ser integrante de uma nova banda, Rentless 7.

Pela revista Americana, Roling Stones, o álbum White Lies for Dark Times,o primeiro da Rentless 7, ficou entre os 50 melhores de 2009.

Ben Harper sempre foi um artista espiritualizado em suas letras, sempre compôs musicas de fé, perseverança e superações dos limites. No álbum de estréia de sua banda não é diferente. Frases como; “Me traga a música para a revolução, isso alivia a minha mente”, da faixa Shimer and Shine e “tenho medo novamente, mas permaneço fiel ” da música “faithfully remain” são pequenas amostras das inspiradas letras do cd.

Set list

1. "Number With No Name" / 2."Up to You Now" / 3."Shimmer & Shine" / 4."Lay There & Hate Me" / 5."Why Must You Always Dress In Black" / 6."Skin Thin" / 7."Fly One Time" / 8."Keep It Together (So I Can Fall Apart)" / 9."Boots Like These" / 10."The Word Suicide" / 11."Faithfully Remain"

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Dando a Elza: 50 anos de uma relíquia.





Há vezes em que tenho a nítida impressão de que a profusão tecnológica vai acabar com o culto ao talento. Reconheço o exagero, mas o fato é que, hoje, não se grava mais um álbum com a sonoridade, a riqueza e a fartura de instrumentos de antigamente. Hoje postaremos um disco que deixa essa sensação muito mais que evidente.

Completando "bodas de ouro", "Se Acaso Você Chegasse", o grandioso álbum de lançamento da maravilhosa Elza Soares, lançado em 1960, é um dos trabalhos que não se deve deixar de ouvir e, se possível, admirar. O CD bate no ouvido como algo atual, principalmente pelo fato de haver nele canções como "Se Acaso você Chegasse", que lhe dá o nome, e "Mulata Assanhada". Ambas as músicas são de conhecimento do grande público e (quase) todo mundo sabe cantá-las.
Mas se não souber cantar não tem problema, porque decorar letra não é o caso. O negócio é sentir a vibração da magnífica voz da mulher que balançou o coração do saudoso craque das pernas tortas, Garrincha.

Nas canções, arranjos fabulosos, letras muito bem escritas e interpretação incrível, sem as já conhecidas presepadas vocais que Elza Soares tem o hábito de fazer. É samba profissional com cara de Big Band, já que o naipe de metais não deixa ninguém parado. Esse é um daqueles discos que se ouve de pé, pois não dá pra ficar só ouvindo, mesmo quando Elza pisa no freio.
É algo que se ouve pulando, andando, correndo, mas sempre dançando.

É tão dançante e envolvente que fica difícil achar algo que se destaque, já que destaque, nesse caso, é o álbum. Mas vamos tentar.
"Samba em Copa", "Cartão de Visita" e "Contas" são algumas que, particularmente, são ótimas pra dançar e pra rir, ou chorar (vai saber). Mas o melhor é que todas, eu disse todas, são ótimas.

Tracklist:

01. Se acaso você chegasse (Felisberto Martins, Lupicínio Rodrigues)
02. Casa de turfista... cavalo de pau (Hianto de Almeida, Macedo Netto)
03. Mulata assanhada (Ataulfo Alves)
05. Samba em Copa (Cyro Monteiro)
06. Dedo duro (Carlito, Zeca do Pandeiro)
07. Teleco téco nº 2 (Oldemar Magalhães, Nelsinho)
08. Contas (Amâncio Cardoso)
09. Sal e pimenta (Newton Ramalho, Nazareno de Brito)
10. Cartão de visita (Edgardo Luiz, Nilton Pereira de Castro)
11. Nego tú... nego vós... nego você (Macedo Neto, Hianto de Almeida)
12. Não quero mais (Julio Hungria, Astor)

Está aí um dos mais coerentes álbuns que já escutei.

Espero que aproveitem bastante esse "novo" disco

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domingo, 22 de agosto de 2010

O Samba também tem vez.



Há dias em que só a intensidade ajuda a segurar a onda, não é verdade? E é nessa "onda" que embarcamos para falar de uma paulistana que tem uma voz mais do que intensa. Trata-se de Fabiana Cozza, 34 anos, 13 de carreira, e um disco que não sei ainda se posso classificar como samba. Mas como a intenção não é classificar, vamos dizer que é um álbum com influências pra lá de africanas.

Uma coisa é certa: ela é uma das mais importantes intérpretes da música brasileira da atualidade. Conforme descrito em sua página, "atuou em musicais com temática brasileira no início da vida artística, aprimorando sua expressão cênica e interpretação, qualidades que saltam aos olhos de qualquer expectador".

No ano de 2007 nasceu o delicioso álbum que comentaremos hoje. “Quando o céu clarear”, traz músicas ligadas ao folclore afro-brasileiro e do universo do samba, mas não se limita ao "feijão com arroz" dos álbuns de samba conhecidos do grande público. O CD apresenta arranjos elaboradíssimos preenchidos de atabaques e piano. O nome do álbum vem da canção homônima, composta pelo requisitado compositor Roque Ferreira, que exalta as entidades religiosas afro-brasileiras, com toda a positividade cabível.

Há muitas músicas ótimas, como sempre, mas eu gostaria de destacar a faixa "Doces Recordações", lindíssima canção romântica de D. Ivone Lara que conta com a participação especial e necessária de Délcio Carvalho. E não há economia quando se fala de nomes importantes do mundo do samba, pois a canção "Tendência" (Jorge Aragão) também elenca o álbum.


O que mais me chamou a atenção nesse álbum foi a escolha de repertório. Perfeita, diga-se de passagem. Mas o que a trouxe ao O Bom Disco foi a versão final de uma canção que, acreditava eu, não teria melhor intérprete do que Elis Regina. Fico muito feliz em dizer que Fabiana Cozza superou, e em grande estilo. A música é "Canto de Ossanha", do poetinha Vinícius de Moraes. A música inicia com atabaques muito bem tocados e vai ganhando cada vez mais força e instrumentos a cada estrofe, terminando com um belo solo de trumpete.


O que fica claro é que poder de interpretação não falta à nossa cantora.



Tracklist:

01. Incensa
02. Mestre-Sala
03. Doces Recordações
04. Parte
05. Novo Viver
06. Quando o Céu Clarear
07. Saudação para Iemanjá
08. Agradecer e Abraçar
09. Xangô te Xinga
10. Não Sai de Mim
11. Tendência
12. Pela Sombra
13. Ponto de Nanã
14. Canto de Ossanha
15. Nação


Espero que todos gostem e apreciem esse CD que me parece muito melhor do que alguns que são recorde de vendas.


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quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Enquanto houver Esperanza haverá felicidade... e Jazz!


Há aproximadamente 2 anos, eu andava por prateleiras de CDs de uma das nossas grandes lojas da categoria. Avistei um que tinha uma menina bem bonita na capa, mas logo fiz a associação: deve ser mais uma dessas "Hanna-Montanas" da vida. Nem me dei ao trabalho de conferir. Devolvi à prateleira e continuei meu caminho. Alguns meses depois, a fim de me livrar de alguns preconceitos, resolvi escutar algumas produções "enlatadas" dos EUA e, rapidamente, baixei o CD da menina bonita.

Encantamento imediato!
Foi um misto de raiva e orgulho. Raiva por não ter ouvido aquilo antes e orgulho por ter ouvido antes da maioria dos meus amigos, também fiéis à boa música.

Sem mais rodeios, falo de Esperanza Spalding e seu delicioso álbum "Esperanza", lançado em 2008. Sinceramente, não há muito o que falar dessa genial artista. Não sei se é possível classificá-la, mas vou tentar. O básico é que, aos 20 anos, tornou-se a mais nova membro do corpo de instrutores da Berklee College of Music, instituição que é referência mundial no ensino de música. E quando falo a mais nova, não me refiro à mais recente contratação, e sim à mais jovem contratada, da história da Berklee. Baixista, Compositora e CANTORA, com letra maiúscula mesmo, a menina prodígio chama atenção, num primeiro momento, por sua beleza, mas o encanto se agrava ainda mais quando se ouve o que ela faz.
Vamos ao CD, vamos lá!
Primeira faixa, a melhor. "Ponta de Areia", de Milton Nascimento, com o melhor arranjo que já ouvi, soando um Jazz gostoso demais e com um sotaquezinho charmosíssimo. Mas essa não é a única música em português do álbum. Ela ainda canta "Samba em Prelúdio" com mais sotaque ainda. Esperanza canta também em espanhol a belíssima "CuerpoyAlma (Body&Soul)".
As outras 9 faixas se dividem em canções instrumentais e outras no mais perfeito inglês.
Se for possível opinar sobre as melhores faixas, eu recomendaria "Espera" e "Precious" (a 7, como eu a chamo), além das citadas anteriormente.
Tracklist:
1. Ponta De Areia
2. I Know You Know
3. Fall In
4. I Adore You
5. Cuerpoyalma ( Body & Soul )
6. She Got You
7. Precious
8. Mela
9. Love In Time
10. Espera
11. If That's True
12. Samba Em Prelude
Espero que gostem bastante desse álbum, pois desde o primeiro dia que o ouvi, nunca mais eu deixei de escutar, pelo menos, uma música dele por dia. Isso quando não escuto ele de cabo a rabo.

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Álbum de carreira com cara de coletânea... ou colêtânea com cara de álbum de carreira?




N'outro dia eu estava procurando um CD antigo pra escutar. Mas tinha que ser algo que fosse bem legal e que me soasse como uma bela novidade. E não foi que eu achei?!
O artista eu já conhecia, e bastante. Ele dispensa qualquer tipo de apresentação. Jorge Ben (como eu prefiro chamá-lo) parece, ou parecia, ter um dom especial de lançar álbuns com cara de coletânea de melhores músicas. Não sei bem se é pelo fato de ter muitos anos de estrada, 47 exatamente, mas tudo que se houve do rapaz parece muito familiar aos ouvidos de qualquer amante da música, seja ela "cult" ou pop.
E o álbum que escolhemos pra hoje não foge a essa regra. Lançado em 1976, África Brasil, lançado em 1976, Abre os trabalhos, já na primeira faixa, com "Ponta de Lança Africano (Umbabaraúma)", um clássico de qualquer trilha sonora de reportagens e documentários sobre futebol. E o esporte preferido dos brasileiros é recorrente na obra do querido Jorge Ben. Tanto é que nesse álbum há mais uma canção que se refere a esse universo, mas especificamente à alegria de se ter um ótimo camisa 10 representando o clube da Gávea. Pra quem não entende das sutilezas do futebol, principalmente da arte, nós esclarecemos que obviamente, trata-se do memorável Galinho de Quintino: O Zico.
O CD traz, em uma das faixas, uma linda canção feita especialmente para o filme Xica da Silva, do diretor Carlos (Cacá) Diegues, composta como uma exaltação à "escrava-rainha". Esse "disco" se manifesta também em outras temáticas muito bem executadas, é lógico.

Apesar de algumas músicas já terem sido citadas, não posso deixar de indicar as canções "A princesa e o Plebeu" e "O Filósofo", mas a verdade é que todas são maravilhosas.

Tracklist:
01. Ponta de lança africano (Umbabarauma)
02. Hermes Trimegistro escreveu
03. O filósofo
04. Meus filhos, meu tesouro
05. A princesa e o plebeu (O plebeu)
06. Taj Mahal
07. Xica da Silva
08. A história de Jorge
09. Camisa 10 da Gávea
10. Cavaleiro do cavalo imaculado
11. África Brasil (Zumbi)
Agora é só ouvir e aproveitar.
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